Cinema: uma experiência além da telona

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As vontades e desejos da sociedade atual exigem muito mais que uma simples visita a uma sala de cinema. Bem mais além que sentar-se duas horas em frente a uma tela de cinema e deixar que o filme conte sua história. Os cinéfilos hoje exigem uma experiência de interação com o filme, os atores, personagens e diretores favoritos. E isso começa bem antes do próprio filme ser realizado.

Pensando nisso, as grandes produtoras vêm desenvolvendo estratégias para cativar o público alvo já no processo de produção dos longas. Para isso, elas tecem uma experiência multimídia e multicultural para que o futuro expectador faça parte desse processo de composição do filme. É comum, inclusive, que as empreses soltem “acidentalmente” os roteiros dos filmes, o figurino do elenco, os atores em filmagens amadoras durante as sessões e etc. 

Esse jogo fomenta e aguça o interesse do público que logo transforma o filme em projeto num hype instantâneo. Isso pode ser bom ou ruim na produção. Se a recepção do público na internet for boa, basta manter o ritmo e soltar cada vez mais produtos no mercado. Se a repercussão não estiver boa, ainda há tempo para corrigir as estratégias.

Passada o processo de produção, os estúdios começam a divulgação dos produtos e dos trailers. Geralmente, e numa estratégia duvidosa, esses produtos são repletos de spoilers, ou seja, contam boa parte da trama do filme muito antes do lançamento. Isso pode prejudicar a experiência do expectador mais exigente, contudo, tendo em vista a baixa idade do público alvo para certos longas, o fato do expectador não ter surpresas na hora do filme é visto com bons olhos, tanto para o público quanto para as empresas. 

Já nas salas de cinema, o expectador ainda exige mais interação. Para isso, os mega filmes norte americanos investem cada vez mais na tecnologia 3D. Os efeitos especiais são um elemento tão crucial quanto o roteiro e os atores. “The Jungle Book”, filme da Disney que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros neste fim de semana, é um bom exemplo do que estamos falando. Mais do que contar, mais uma vez, a história de Mogli, o menino lobo, os produtores trataram a computação gráfica como o personagem principal aqui. Assistir este filme numa sala 4D, na qual sons, cheiros, movimento e sensações são estimuladas por efeitos da própria sala de cinema é praticamente indispensável para se ter 100% da experiência cinematográfica.

Se esses artifícios são apelativos ou não, cabe a reflexão de cada cinéfilo. Contudo, não se pode dizer que o mercado cinematográfico é ultrapassado, tendo em vista as mudanças e estratégias comerciais cada vez mais apuradas para entregar um produto de qualidade.